Rádio

2 de dezembro de 2010

Palavras que Abençoam - DERRUBANDO AS MURALHAS DAS FORÇAS OPOSTAS - PARTE 2

por Pr Gentil R. Oliviera Presidente da Assembléia de Deus Ministério Bethel - Go.


A obediência à ordem divina é o segredo da vitória, mesmo que essa ordem tenha sido repassada por uma pessoa humana. No caso do povo hebreu, esse ser humano usado como instrumento de Deus era Josué, que ocupara o lugar deixado por Moisés.




Ao fazer uma campanha, não devemos mudar a estrutura que foi proposta, mas segui-la do inicio ao fim. A obediência à inspiração divina da campanha tal como proposta pelo instrumento de Deus tem todo um objetivo que Deus honra e abençoa.




Conta-se que certa vez um pastor, calmamente, tentou dissuadir um membro da sua igreja que o procurou dizendo que estava indo embora e deixando a esposa e filhos, para nunca mais voltar. Ele estava realmente decidido, deixaria tudo para trás e partiria para um mundo desconhecido, onde esperava ficar livre das zoeiras da sua casa e das constantes reclamações que todos os dias importunavam os seus ouvidos.




Diante do quadro complicado daquela situação, o pastor propôs um acordo. A proposta era de que o irmão realmente tomasse a atitude que já estava planejada, mas que antes esperasse por três semanas. No final delas, se nada tivesse mudado, ele teria o seu apoio para sumir no mundo. O irmão, que sempre havia ouvido os conselhos do pastor, disse que estava disposto a esperar pelas três semanas simplesmente porque o pastor estava pedindo, mas acreditava que seria perda de tempo, já que a situação havia atingido um clímax de complicações.




O pastor então, sabiamente, agradeceu pela concordância do irmão e disse que gostaria de poder ajudá-lo, acompanhando-o mais de perto naquelas três semanas que se seguiriam. O pastor, diante da disposição do irmão em ser ajudado, disse que ele deveria arrumar um cabrito emprestado com alguém da região e levá-lo para casa. Durante toda a semana deveriam conviver, tanto ele como a família, com aquele cabrito dentro de casa. Uma exigência foi bastante enfatizada pelo pastor: não deveriam tirar o cabrito para fora da casa por motivo algum. O irmão foi pra casa pensando naquela proposta e achou que, apesar de não compreender bem os motivos do pastor, não custaria atender àquela recomendação. Conseguiu o cabrito e levou-o para casa, explicando a exigência para a família. Durante a primeira semana foi muito difícil tanto para ele como para a família, conviver com o animal dentro de casa. O cabrito berrava o tempo todo, subia nas camas e sujava a casa por todos os cantos. Foi uma semana terrível. No final da semana, como estava combinado, o irmão foi ao pastor e disse que havia feito tudo que ele pediu. O pastor, então, pediu que ele conseguisse um porco e o levasse para dentro de casa, convivendo com o animal durante a próxima semana. Ele reclamou, achou tudo isso um grande absurdo, mas terminou se deixando convencer pelo pastor. Ao final da conversa, quando já saía para procurar o porco, lembrou-se de perguntar ao pastor o que fazer com o cabrito. O pastor, calmamente, respondeu: “Meu irmão, deixe o porco junto com o cabrito ao longo da próxima semana e, ao final, volte a falar comigo”.




Se a primeira semana havia sido difícil, imagine a segunda, com um cabrito e um porco o tempo todo dentro de casa fazendo barulho e sujando tudo que encontravam pela frente. Enfim a longa semana terminou, e o irmão voltou a procurar o pastor. A essa altura, o seu estado era deplorável. Roupas sujas, corpo mal cheiroso, cabelos despenteados, olhos fundos, rosto pálido, enfim, um estado desesperador. Por fim o pastor observou o seu estado e disse com toda a sua serenidade pastoral: “Meu irmão, devolva tanto o cabrito como o porco aos seus donos, faça uma faxina completa na sua casa, e ao final da próxima semana te farei uma visita”.




A terceira semana enfim chegou ao final e o pastor foi à casa do irmão, bateu à porta e este o recebeu com um sorriso aberto, demonstrando muita satisfação com a vida. O pastor então perguntou ao irmão como estavam as coisas por ali. O homem, mais do que de imediato, respondeu que estava vivendo um verdadeiro céu. Havia descoberto que sua esposa era a melhor pessoa do mundo. Os filhos também eram os melhores do mundo. Ao final de tão agradáveis declarações, o irmão concluiu que depois de tirar o cabrito e o porco de dentro de casa, ele havia entendido que era feliz e não sabia.




O pastor orou com a família e foi embora, e daquela casa a harmonia nunca mais saiu.




Tem muita gente precisando conviver alguns dias na companhia de um cabrito e um porco em casa, para deixar de reclamar tanto da vida.




O segredo para ser abençoado por Deus é seguir as orientações bíblicas com muita fé e obediência a tudo o que está escrito na Palavra de Deus, sem questionamentos ou adaptações. Ao fazer uma campanha é bom mergulhar com muita disposição em tudo que é proposto, observando toda a estrutura proposta e esperando com paciência na ação poderosa de Deus, jamais esquecendo do que está escrito em Lucas 21.19: “Na vossa paciência possuí as vossas almas”; ou, na tradução NVI (Nova Versão Internacional): “É perseverando que vocês obterão a vida”.




Olhando a imponência das muralhas, parecia impossível alcançar aquela vitória tão necessária. Os mais pessimistas por certo estavam em desespero, pois o fim da campanha se aproximava e nenhum sinal de Deus era visto para a concretização do milagre que buscavam. O solo em volta das muralhas já estava todo pisoteado e a vegetação já estava toda morta. Milhares de pessoas pisando durante seis dias aquele lugar era o suficiente para modificar até mesmo parte da paisagem ao redor dos muros. Aquele solo pisoteado registrava as marcas da fé de um povo guerreiro, combativo e obediente às propostas divinas para alcançar as vitórias necessárias em cada etapa da caminhada.




O povo de Deus precisa aprender e nunca esquecer que por onde passa deve deixar suas marcas, influenciando de forma cristã e contagiando a todos que encontrarem no caminho. Na cidade de Antioquia os discípulos de Jesus Cristo foram, pela primeira vez, chamados de cristãos. Por que tal definição surgiu? Foi o resultado da observação do povo da cidade que durante um ano havia recebido o ensino transmitido pelos discípulos. É importante ressaltar, todavia, que além de ensinar os discípulos viviam aquilo que pregavam. As marcas da presença deles eram visíveis na cidade e influenciavam a muitos, a ponto de começar a serem vistos como seguidores da vida de Cristo e de sua maneira de ser. Era como se Cristo continuasse entre eles. (Atos 11.26).




Muitos que dizem ser cristãos ainda não assimilaram o estilo de vida de um cristão e nem tampouco estão debaixo dos princípios norteadores da vida estabelecida por Cristo em Sua palavra, a Bíblia Sagrada. Consideram-se cristãos porque nasceram num país que se diz cristão ou porque os seus pais esboçam uma fé em Cristo. Nos últimos tempos vemos até mesmo pessoas que se apresentam como cristãos simplesmente por verem beleza e algum status em serem rotulados como tal, mas que não têm um comprometimento verdadeiro com os ensinamentos de Jesus. Os verdadeiros cristãos são aqueles que procuram viver, pela graça de Deus, como imitadores de Cristo.




Conta-se que uma família cujos membros se diziam cristãos, escreveu no muro da casa onde residiam uma frase com os seguintes dizeres: “ESTA CASA PERTENCE AO SENHOR JESUS”. Acontece, porém, que aos ocupantes da casa levavam uma vida muito conturbada, com muitos atritos e sérias discussões. O comportamento deles não espelhava o título de cristãos que ostentavam. Era comum vê-los brigando, gritando palavrões, e muitas vezes até agredindo fisicamente uns aos outros. Um dia, um dos vizinhos, já cansado de ver tanta desavença dentro daquela casa, esperou até que todos dormissem e, de posse de um pouco de tinta e um pincel, dirigiu-se até o muro daquela casa. À frente da frase “Esta casa pertence ao Senhor Jesus”, o vizinho colocou uma vírgula e escreveu em seguida: “MAS ESTÁ ALUGADA PARA O DIABO”.




É hora, mais do que nunca, do povo de Deus tomar consciência da influência que pode exercer no mundo, usando toda a autoridade concedida por Deus para ajudar outras pessoas a vencerem suas dificuldades e barreiras, encaminhando vidas a novos propósitos onde desfrutarão de tudo o que Deus opera e realiza.




Nas voltas em torno das muralhas de Jericó, estavam posicionados à frente do povo os sacerdotes e os valentes armados. Essa foi uma estratégia correta, pois aqueles que conhecem mais de perto o poder de Deus precisam abrir caminho para que outras pessoas sejam atraídas a buscar novas e importantes experiências com Deus.




A sede de Deus no coração humano é algo muito forte. Cada pessoa, sentindo o latejar da alma, procura atender aos seus suspiros interiores procurando por algo mais forte do que eles mesmos. Como existem milhares de filosofias, religiões e teorias de vida oferecidas por todos os cantos, acabam se embrenhando no emaranhado de ofertas existentes. Desta forma, muitos não conseguem chegar ao caminho que conduz a Deus, permanecendo nos labirintos das propostas e nunca encontrando a luz da vitória. Há caminho que parece certo ao homem, mas no final conduz à morte (Provérbios 14.12).




Quando eu tinha por volta de dez anos de idade, morávamos em uma fazenda próxima à cidade de Goiás, chamada “Fazenda Lajinha”. Foram bons tempos vividos naquele lugar. Era uma vida simples, mas ali eu e meus três irmãos aprendemos muitas coisas da vida. Inclusive foi ali que aprendemos a ler e a escrever, e eu nunca me esqueço da Dona Elza e da prima Maria, que foram as primeiras professoras que tive.




Eu e meus irmãos aprendemos vários ofícios na fazenda, tal como fazer o roçado, plantar roça, a derrubada, a queimada, o plantio, a manutenção e a colheita. Tudo era muito rudimentar, totalmente artesanal. Também cuidávamos do gado diariamente, apartando os bezerros das vacas para no outro dia tirar o leite (o que é chamado de ordenha). Quando acontecia a colheita, nós mesmos cuidávamos do transporte do cereal por meio do carro de bois, que cantava bonito pelas estradas da fazenda. Tínhamos também os momentos de brincar (hoje chamado de lazer). Fazíamos carrinhos de brinquedos, e dos sabugos do milho fazíamos os bois. Assim passávamos horas envolvidos com essas e muitas outras brincadeiras que conseguíamos improvisar em meio à simplicidade do lugar.




Tudo continua bem vivo em minha mente até hoje. Foram dias memoráveis.




Não poderia deixar de dizer que fazíamos algumas travessuras também. Afinal de contas, éramos meninos e agíamos como tal, apesar das responsabilidades que tínhamos e que procurávamos executar como gente grande.




Não muito distante da casa onde morávamos havia uma gruta. Eu e meus irmãos decidimos fazer ali uma pequena ponte de brinquedo. Naqueles dias, havia sido aberta uma estrada que cortava as nossas terras, ligando a cidade de Goiás à cidade de Itapirapuã. Com a chegada da estrada tiveram que construir uma ponte no rio que passava próximo à nossa casa. Nós, meninos, nos dispomos a fazer uma pequena ponte imitando a verdadeira.




Cortamos a madeira, fizemos as escavações dos dois lados da gruta, e depois de alguns dias brincando de trabalhar, a ponte ficou pronta e muito bonita. Passávamos de um lado para o outro, orgulhosos por ver a obra de arte que havíamos feito. Olhando de longe, parecia até uma ponte verdadeira.




Dias depois, notamos a falta de um dos cavalos no pasto. Saímos cada um para um lado diferente à procura do cavalo sumido. Depois de percorrermos quase toda a fazenda, ao passar pela gruta, vimos a ponte caída e, para a nossa tristeza, lá estava o cavalo caído no fundo da gruta, morto.




A ponte parecia verdadeira, parecia um bom caminho. O cavalo acreditou e o fim, infelizmente, foi a morte.




Na caminhada da vida cristã nos deparamos com muitas situações inusitadas, mas o nosso papel é sempre o de encaminhar as pessoas a Cristo, para que elas sigam o caminho da esperança e nessa trilha os milagres aconteçam a cada dia. Jesus Cristo é a única ponte entre o homem e Deus. Qualquer outra ponte a não ser Jesus, mesmo que pareça verdadeira, leva à morte.






Extraído do livro Trilha dos Milagres – Pr. Gentil R. Oliveira - (Pág. 85/93)






Fonte: Site Falando ao Coração, em 02/12/2010, as 16:08h, disponível em:


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